sábado, 15 de novembro de 2008

Subprodutos...

Já na segunda postagem, vou contrariar tudo o que queria pra esse blog!
Esse texto é um desabafo....

Fonte:www.malvados.com.br


Os jornais noticiaram durante a semana: três jovens de classe média estupraram menina em uma festa.
A cena foi filmada por um deles.
O acontecido me interessa porque envolve duas coisas que eu abomino: estupro e adolescentes de classe média.
Algum tempo atrás, outros “rapazes”, também de classe média, enfiados todos dentro de um carro (eles adoram andar apertados uns com os outros), pararam em um ponto de ônibus e agrediram uma empregada doméstica porque a confundiram com uma prostituta. Coitados!Enganaram-se! Qualquer um está sujeito a um erro tão comum desse!
Lembram-se do índio Galdino?Aquele que foi queimado vivo em um ponto de ônibus. Notem mais uma vez o detalhe do ponto de ônibus. Disseram que acharam que Galdino era um mendigo.Pois é, mais um capítulo nas histórias que envolvem jovens desmiolados, com dinheiro e sem nada pra fazer. Claro que o problema não é apenas falta do que fazer. É não querer fazer nada mesmo!Por quê? Porque não precisam, cara pálida!As preocupações desse tipo de gente são outras!
É uma questão de ter as coisas de maneira fácil, logo, se acredita que o mundo não tem barreiras pra quem pode pagar pra que elas sejam retiradas da sua frente. E por ai vai crescendo mais um que resolve as coisas sacando a carteira. Já tive conhecimento de vários casos de estupro ou atropelamentos em que a família do agressor compra o silêncio das vítimas com cestas básicas. No outro fim de semana, nossos futuros médicos e advogados vão atropelar ou violentar mais um por ai.
Qualquer “classe” está sujeita a crimes com requintes de crueldade. Mas o que chama atenção é o arsenal, é infra-estrutura que esse tipo de subproduto da classe média tem a seu dispor. Carro para as baladas, advogados produzindo habeas corpus e liminares (lembrando que os responsáveis pelo crime do índio Galdino ganharam liberdade condicional bem antes do tempo previsto por lei), dinheiro dos pais sempre que precisam e a mídia debatendo o estatuto psicológico dos jovens endinheirados e por aí vai. Ninguém entre os bem-nascidos procuram debater os problemas sociais e psicológicos da juventude quando são roubados no sinal por algum pivete ou assaltados em alguma esquina. Quando é o filho dos outros a solução é simples: cadeia e bordoada! São aplicados pesos diferentes para a mesma coisa.

7 comentários:

Unknown disse...

SIM, ESSE É O NOME, "SUBPRODUTOS", A EMBALAGEM É A MESMA, OS ATOS SEMPRE OS MESMOS...CULPA DE QUEM?
NINGÉM É CULPADO ATÉ Q SE PROVE O CONTRÁRIO...ADOREI O TEXTO E A VERDADE É Q O BRASIL NÃO MOSTROU A CARA...CONTINUA A MESMA...

Unknown disse...

Mozinho,

Adorei seu texto. Vale ressaltar também o uso do termo adolescente. Adolescente serve para os 'meninos de bem' (a classe média sempre é considerada pela 'grande mídia', com essa denominação) e menor para os meninos de situação. O preconceito está nas entrelinhas.
Te amo, meu namorado blogueiro!

tatiana hora disse...

muito bom o texto!

é, tem um filme com jovens de classe média idiotas que adoram fazer coisas desse tipo, o Baixio das Bestas, não sei se já viu...

Unknown disse...

Ai que emoção!
Até minha neguinha comentou!
Pois é, existe até uma terminologia específica pra mostrar quem merece ou não a piedade das instituições!
Menores de um lado nas Febens da vida e os "adolescentes" do outro, gozando de plena liberdade.
Poxa, pior q já me falaram muito bem desse filme...agora fiquei curioso!
XD

Eline disse...

O interessante é observar como um grupo da sociedade consegue jogar no lixo todo o conhecimento e educação. Qual será o problema de jovens tão bem amados que no máximo de conflito que podem terem tido em suas vidas é uma discussão sobre não ter recebido a sua mesada ou ter reprovado em matemática da 6ª série. Parece estranho o conflito moderno de jovens que têm todas as oportunidades (ditas importantes na contemporaneidade) dadas em suas mãos, sem ter o minimo de esforço para obter uma conquista real de sua condição de vida, o máximo que têm que fazer é passar no final de ano, assim mesmo para ganhar aquela recompensação dos seus pais. Nota-se claramente mudanças sociais, como se era obviamente esperado, ai abre-nos uma questão, como lhe dá com este novo tipo de sociedade que está nascendo? Quem e como serão estes jovens no futuro? E os filhos deles?

[Kleber] disse...

Olhe, eu num sei não...acredito que dos filhos de caras como esses num se pode esperar muita coisa não.
Eu fico pensando sabe...eu vejo por ai, que tem que comer no Resun da Ufs, trabalhar em dois turnos e estudar a noite,pegar ônibus cheios, contar trocados pra poder sair e que mesmo assim faz das tripas coração pra conseguir alguma coisa e depois olho pra uns marmanjos que já tem tudo pronto...é só chutar pro gol e correr abraço! Sei não...pra entender uma espécie dessa só criando em cativeiro...mas eu é que num quero um bicho desses lá em casa! eheheh

e.m. disse...

rapaz, só vi seu comentário hj. valeu por ter passado lá!

Seu texto está muito bom. Essas cenas que envolvem a violência contra a mulher é lastimante. Pior é qdo saem impunes. Assim que tiver mais tempo vou passar aqui e ler os textos com mais calma!

grande abraço,

e.m.