segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Que beijinho doce

Ando realmente sem tempo pra postar.
Então, curtam ai a letra da música mais tocada nas últimas semanas!

Beijinho Doce
Tonico e Tinoco

Composição: Nhô Pai

Que beijinho doce
Que ela tem
Depois que beijei ela
Nunca mais amei ninguém

Que beijinho doce
Foi ela quem trouxe
De longe prá mim
Se me abraça apertado
Suspira dobrado
Que amor sem fim.

Coração quem manda
Quando a gente ama
Se eu estou junto dela
Sem dar um beijinho
Coração reclama.

Que beijinho doce
Foi ela quem trouxe
De longe prá mim
Se me abraça apertado
Suspiro dobrado
Que amor sem fim.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Um ano novo da pesada (agora em dvd)

Acredito que escrever é uma boa forma de extravasar um dos meus contatos mais íntimos com a violência urbana em toda a minha vida. Então decidi contar aqui o incidente de fim de ano em que levei nas costas três cortes de canivete, faca ou sei lá que diabo era aquilo que furou meu blusão e minha camisa. Queria muito que os assaltantes tivessem a oportunidade de ler esse texto, por que ai eles poderiam desmentir qualquer exagero de minha parte. Por que mesmo sendo ladrões não significam que eles sejam mentirosos. Esse país um dia será tão justo que até os assaltantes terão blogs e poderão contar as suas peripécias criminais. Não dependerão da minha visão parcial dos acontecimentos.
Era mais de 2hs da manhã. A nossa barraca estava atrás do palco passando o cercado dos fogos. Aquela posição sempre nos proporcionou uma boa visão da “queima do dinheiro publico” no céu. Algum tempo depois da queima de fogos fomos, eu e minha namorada, em linha reta até água, conversar besteira, molhar os pés no mar etc. De repente, dois caras nos fecham. Como eu estava sem óculos e já tinha bebido, achei que se tratava de alguém da própria barraca. Enganei-me. O gentil rapaz me deu um empurrão e disse: “Celular, celular!” Como não me chamo Celular desconfiei que era o aparelho! Antes que eu pensasse em dar o presente de ano novo do rapaz, ele tentou me dar um soco do qual ainda consegui desviar. Enquanto isso, o outro rapaz que estava pedindo celular a Ieda veio por trás de mim. Não queria me abraçar pelo ano que acabara de entrar. A única coisa que fiz foi pegar a caneca de plástico que eu estava na mão e lascar no cara da frente e sair do raio de alcance do outro. O engraçado é que na hora que atirei a caneca disse: “Num tem celular não!” Achou idiotice? Arriscado? Não parou por ai! Como se não fosse suficiente o susto, quando os caras se afastaram de mim sabendo que não iam levar o celular eu tirei o aparelho do bolso e comecei a sacudir e acender a luz dele e gritar: “Não vão querer o celular não? Seus filhos da puta!” O outro grito foi de Ieda no pé do meu escutador de novela (ouvido) gritando: “Pare! Você é doido?!”
Voltei para a barraca furioso. Nem sabia como dizer o que havia acontecido. Pensei em gritar como um doido: “Fui quase assaltado!”. Mas achei muito barraco! Ai um dos colegas veio falar comigo e ai contei a história e ai foi espalhando. Sentei na areia puto de raiva esperando avistar de longe os dois caras que queriam o aparelho. Aparelho que comprei dividido em 6x no cartão e que na mão deles iria virar alguns dias fumando maconha ou uma pedra de crack. Imagino que eles não estavam assaltando pra comprar remédio para a mãe doente ou colocar comida em casa. Depois de sentado na areia é que Ieda percebeu que meu blusão estava com três furos e com a manga rasgada. Puxei a camisa e ai viram os cortes. Eram três. Um maior, um menor e outro de tamanho intermediário entre os dois. Tenho algumas teorias: 1. Ele me cortou porque é um pobre rapaz faminto e queria carne pra comer. 2. Ele pensou que eu é quem estava roubando o amigo dele e achou isso um absurdo!Eu acharia também se fosse um ladrão! 3. Ele quis assinar o nome dele nas minhas costas pra que eu nunca o esquecesse. Nem precisava...
Enfim... fomos com mais dois colegas procurar a policia, naquela paranóia de estarmos sendo seguidos e tal. Falamos com os policiais a cavalo. O que me disseram? Burocracia pura! “Vamos fazer uma ronda”. Ai os caras foram na direção contrária que eu apontei. Eu não entendi a estratégia, mas se fazem concurso pra policia é porque eles devem ser inteligentes o suficiente pra saber o que fazem... ou não (conforme Caetano diria). Fui atrás de atendimento médico. Cheguei no Samu e vi um monte de gente que resolveu passar a virada recebendo glicose. Contei o meu caso. Mostrei os ferimentos à moça de macacão azul. Ela, prosaica da maneira que só a profissão ensina, disse: “É superficial, vá pra casa e lave com água e sabão”. Que? Como? Quem conseguiria um táxi naquela hora? Nem um soro antitetânico me deram no corte. Mas tudo bem...o segredo está na sigla SAMU: Serviço de Atendimento Médico de URGÊNCIA. Acho que eu precisava entrar com a faca do assaltante cravada nas costas pra ser notado. Pelo menos com isso eu ganharia uma carona de ambulância até o hospital mais próximo. Estaria menos distante de casa.
Enfim...voltei pra barraca com aquela sensação de derrota total. Decidi que não vou a orla passar fim de ano tão cedo. É difícil chegar. É difícil sair. E entre esses dois problemas você ainda pode ser roubado. E levando em conta que, segundo um colega, tenho “sangue ruim” pra ano novo. É melhor não arriscar uma comprovação mais empírica que essa. Cientificamente falando, os resultados de uma amostra de três anos comprovam suficientemente a hipótese. Até pelos fogos da prefeitura eu já fui atingido. Decidi que é melhor passar entre quatro paredes o ano novo. Bebendo na casa de alguém ou até em casa mesmo. É até melhor, porque se ficar bêbado já estou perto da cama. Como minha namorada mesmo disse, essa foi uma experiência pra mostrar que a gente fica dando bobeira achando que isso só acontece com os outros, mas que na verdade ninguém está livre de nada disso. Agora que terminei esse texto, me sinto um pouco mais aliviado. Faz dias que não consigo parar de pensar nisso. Acho que é falta de experiência. O que importa é que consegui escrever, mesmo achando que...NINGUÉM VAI LER ESSA MERDA!